Nesse  poste haverá uma discussão sobre o que é um museu de ciência.  Primeiramente vou buscar uma definição sobre o que é museu. Para isso,  fiz uma pesquisa sobre as definições de museu.
Uma  Definição de 1956: encontrada no wikipedia diz o seguinte: Um museu  é uma instituição de caráter permanente, administrado para interesse  geral, com a finalidade de recolher, conservar, pesquisar e valorizar de  diversas maneiras um conjunto de elementos de valor cultural e  ambiental: coleções de objetos artísticos, históricos, científicos e  técnicos. Em uma perspectiva alargada, o conceito abrange ainda jardins  botânicos, zoológicos, aquários, planetários, parques nacionais, sítios  arqueológicos e outros.
Definição aprovada pela 20ª Assembléia Geral. Barcelona, Espanha, 6 de julho de 2001: Um museu  é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da  sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire,  conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e  de seu entorno, para educação e deleite da sociedade. (Fonte: IBRAM)
“Um  museu é uma construção que não visa lucro, instituição permanente a  serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, é aberto ao público que  adquire, conserva pesquisas, comunica e exibe, para propósitos de  estudo, educação e prazer, as evidências materiais do homem e do  ambiente” (ICOM, Conselho Internacional dos Museus – 1974)
“Um  museu é uma instituição organizada e permanente, não-lucrativa,  essencialmente educacional e estética, com pessoal profissional que  utiliza-se de objetos tangíveis, para cuidar e exibir ao público em  horário regular.” (AAM - American Association of Museums)
“Um  museu é uma instituição que coleciona documentos, conserva, exibe e  interpreta evidências materiais e as informações associadas para o  benefício do público”. (Associação de Museus, REINO UNIDO em 1984)
O  Conselho Internacional de Museus (ICOM - International Council of  Museums) reconhece como Museu a instituição “que conserve e apresente  coleções de objetos de caráter cultural ou científico, para fins de  estudo, educação e satisfação”. Assim, essa denominação abrange  “galerias permanentes de exposição, dependentes de bibliotecas ou de  centros de documentação; os monumentos históricos, as partes de  monumentos ou suas dependências, assim como os tesouros das igrejas, os  locais históricos, arqueológicos e naturais, desde que abertos  oficialmente à visitação pública; os jardins botânicos e zoológicos,  aquários e aviários e outras instituições que apresentem espécimes  vivos; os parques naturais” (§ 2º, arts. 3º e 4º do Estatuto).
Após  a leitura de todas as definições é possível notar a abrangência do  conceito de museu. Mas é possível perceber que existem alguns aspectos  convergentes.  O museu tem que ser uma instituição  organizada, que conserve objetos(de valor histórico ou artístico), que  não visa lucro e que tenha um caráter cultural ou científico. Vamos  agora tentar definir ciência, partindo da origem da palavra, temos que  ciência vem do latim scientia que significava conhecimento. Como já era  de se esperar o conceito de ciência é ainda mais complexo que o conceito  de museu. Fui atrás de algumas definições de ciência, e obtive os  seguinte resultados:
“A  ciência tem de envolver mais do que a mera catalogação de factos e do  que a descoberta, através da tentativa e erro, de maneiras de proceder  que funcionam. O que é crucial na verdadeira ciência é o facto de  envolver a descoberta de princípios que subjazem e conectam os fenómenos  naturais.”(Paul Davies)
“Refere-se  a qualquer conhecimento ou prática sistemático. Num sentido mais  restrito, ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento  baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de  conhecimento conseguido através de tal pesquisa”. (wikipedia )
Não  se encontram muitas respostas para a pergunta “o que é ciência?” na  internet. Algumas definições são vagas e optei por não colocá-las,  outros autores não foram tão sintéticos quanto os dois acima. Fato é que  muitas das definições buscam o método científico para definir a  ciência. Vou prosseguir o poste baseado nas definições acima. 
Com a abrangência dos conceitos que definem museu,  e com as dificuldades encontradas em se definir ciência. Será que a  forma encontrada pelo Brasil para se colocar a ciência dentro de um  museu é coerente com as definições? 
MUSEUS  
 | 
CENTROS DE CIÊNCIAS & TECNOLOGIA  
 | 
| Função social e educacional | Função social e educacional | 
| Política de atuação | Política de atuação | 
| Comprometimento com a socialização do conhecimento | Comprometimento com a socialização do conhecimento | 
| Preserva e comunica | Comunica | 
| Método de trabalho centrado no processo curatorial | Método de trabalho centrado no processo de comunicação | 
| Aquisição de acervo/formação de coleções | Fabricação de “acervo” de modelos | 
| Conservação preventiva e restauração | Renovação, manutenção e reposição | 
| Comunicação dos temas pertinentes ao acervo por meio de exposição, monitoria e outras estratégias | Comunicação de temas científicos ligados à política científica do centro por meio de exposição, monitoria e outras estratégias | 
| As atividades são orientadas pelo acervo e a exposição é a principal forma de comunicação | As atividades são orientadas pela divulgação científica e nem sempre há uma ênfase sobre um meio específico. | 
Essa  tabela traz consigo um pouco da realidade dos museus de ciência  brasileiros. Na sua opinião o que existe em São Paulo, são museus de  ciência ou centros de ciência e tecnologia? Postem suas respostas e  participem dessa discussão, vamos juntos tentar obter respostas para  essas perguntas e também definir melhor o conceito o que é um museu de  ciência? 
Autor original do Post: Steinicke
CENTROS E MUSEUS DE CIÊNCIA DO BRASIL
Nessa descrição o guia classifica o Catavento como um museu (trecho no último parágrafo), proponho que esse material (é só clicar aí em cima no nome do guia que ele abre) seja levado em conta para discutirmos as questões colocadas pelo Guilherme no Post anterior (uma delas, Na sua opinião o que existe em São Paulo, são museus de ciência ou centros de ciência e tecnologia?), será que podemos realmente separar essas instituições ou os museus e os centros de ciência são a mesma coisa?

Postado inicialmente pela Rafaela
ResponderExcluir"Trabalhei - como muitos no IFUSP - no Catavento Cultural e Educacional. Nossos educadores nos 'proibiam' de falar a palavra museu. Mas a verdade é que ninguém sabia dizer o que era o espaço.
Partindo da tabela apresentada, pensando no processo de comunicação, na fabricação, manutenção e reposição do acervo, por exemplo, acredito que é possível dizer que este espaço se aproxima mais de um centro de ciências. No entanto essa classificação é delicada, pois é possível encontrar também muitos aspectos museológicos.
Para discussão e aprofundamento sugiro a seguinte leitura:
GASPAR, A. Museus e centros de ciências: conceituação e proposta de um referencial teórico. 1993. Tese de doutorado - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 1993.
que foi instrumento de estudo para meu trabalho em Elementos e Estratégias.
Nesta tese, o autor nos lembra de diversos veículos de informação que possibilitam o fácil acesso à ciência. Pensando nisso, ele questiona a eficiência da aprendizagem em ambientes informais (mais especificamente museus e centros de ciências), e, também, como estes lugares participam na divulgação do conhecimento continuamente desenvolvido pela humanidade. Voltado para esta característica de divulgação de saberes em um museu, o autor se questiona sobre como se dá o aprendizado em instituições como estas. Para tanto ele busca apresentar o museu – ou centro de ciências – através de um referencial teórico. O autor justifica a necessidade de ter esse olhar mais cuidadoso através de algumas questões que são levantadas ao longo de seu discurso. São elas:
- É possível o ensino informal de ciências?
- É viável o processo ensino-aprendizagem em um ambiente informal?
Para ele, “só se pode conceber uma instituição de educação informal voltada para o ensino de ciência se tivermos respostas válidas a estas questões (...) se essa abordagem pode ser feita, de forma produtiva, num ambiente informal”.
Para consolidar o desenvolvimento de sua tese, começa seu trabalho apresentando um relato crítico sobre a história dos museus e centros de ciência desde as primeiras instituições até os dias atuais, complementado por um relato de como os museus e centros de ciência se desenvolveram no Brasil.
Levanta discussões sobre alguns autores como Piaget, que, em sua teoria relativa ao processo ensino-aprendizagem, o individuo aprende através da interação com o meio. Também cita teorias de Dewey e Bruner que tratam do ensino através da descoberta. Passando por Bloom que trata as formas de desenvolvimento do conhecimento como uma forma afetiva com determinada situação problema. Por fim, o autor opta pela teoria de Vygotsky e de seus seguidores, defendendo que a interação social é extremamente importante para o aprendizado.
Alberto Gaspar nos mostra que o museu é um ambiente absolutamente apropriado para o ensino, pois responde positivamente às questões apresentadas anteriormente. O pilar de maior importância, nesse sentido, é o fato de que o museu possibilita a interação social, a intersubjetividade – em vários níveis – elemento fundamental para que se crie a zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky. Essa zona é possibilitada pela diversidade de situações vividas em um museu e pela singularidade de cada um de seus visitantes.
Por fim, nos chama atenção para a necessidade e falta de pesquisas nessa área, sugerindo que outros referenciais teóricos também sejam estudados. Além de apresentar a possibilidade e viabilidade do ensino informal de ciências, também salienta que este pode ajudar a escola num aprendizado mais dinâmico, uma vez que os conceitos espontâneos seriam fruto da educação informal e os conceitos científicos da educação formal. Sugere que “a educação informal deve se voltar preferencialmente a conteúdos diversos (...) complementares à escola, procurando oferecer aquilo que ela não pode oferecer, não só em formas de conteúdo como também em formas de abordagem”.
30 de setembro de 2010 12:00 "
Postado inicialmente pelo Diego Paula
ResponderExcluir"É muito interessante que os professores levem os alunos para fazerem visitas a museus, pois é um local onde eles podem visualizar muitas coisas que aprendem nas aulas.
Geralmente os alunos gostam de ir á museus, e podemos aproveitar a potencialidade deste tipo de atividade.
1 de outubro de 2010 10:18"
Postado inicialmente pelo Guilerme
ResponderExcluir"Sobre suas questões rafaela
Eu acho que ensino e informalidade são duas coisas que não conbinam. Na minha opinião, o ensino depende de um formalismo. Ambiente calmo, concentração eventualmente um formalismo teórico. Situações que você não tem em um espaço informal, e na forma como boa parte dos monitores desses espaços tratam as explicações. Minha opinião, meio que responde as suas duas questões, mesmo que contrariando ao Gaspar.
Sobre o que o Diego falou, eu concordo, mas o problema é que muitas vezes esses espaços servem apenas como show, e a Física(formal) ali envolvida, muitas vezes é ignorada. Muitas vezes deixando a impressão de que existem duas físicas, a lúdica dos museus e a teórica da sala de aula. Eu acho que só haverá ensino quando houver a possibilidade de juntar o formalismo da sala de aula, com a parte lúdica do museu.
3 de outubro de 2010 22:18"
Guilherme disse...
ResponderExcluirHm...muito bem observado Gabriel. Eu estava pendendo a achar que o que existe em São Paulo(de acordo com aquela tabela do meu post) são centros de tecnologia. Mas essa sua questão é bem legal e vai um pouco de encontro com o comentário da rafaela, que falou que se você for analiasar os espaços sobre alguns aspectos, você pode dizer que é um museu, porém em um todo
, você não consegue essa definição. Agora sobre sua questão, eu acho que é possível fazer essa distinção, por mais sensível que ela possa parecer ela existe.
3 de outubro de 2010 22:27
A preservação do patrimonio cultural de um povo e da humanidade também considero um papel muito importante dos museus, pois neles temos por meio de provas do que serias as mais provaveis provas de nossas origens.
ResponderExcluirgilmar
muito bem lembrado Gilmar, nesse poste levei em conta muitos aspectos teóricos, e acabei não salientando esse importante papel dos museus, como agentes de preservação d ahisroia de uma sociedade.
ResponderExcluirBom dia. Estou escrevendo sobre museu de Quelônios. sou do Amazonas, no entanto estou a procura de referencial para trabalhar com museu de ciências. ALGUÉM se tem alguma indicação de referencial? Meu email: anafonseca23@Outlook. Com
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